Thursday, June 28, 2007

Aquele da hipervalorização da mussarela*

Hoje eu passei pela primeira vez pela experiência de comprar frios no mercado. Nas outras vezes, que fui com a Barbara, já tinha sacado que o ritual era diferente e mais demorado do que estamos acostumados no Brasil, mas - como não tinha ido às vias de fato, não sabia ainda o que acontecia por trás daquele balcão cheio de bichinhos mortos fatiados.

Ao me aproximar do tal balcão, já senti o clima diferente: não havia filas. Não é que não havia gente, não havia filas. As pessoas estavam espalhadas pelos cantos conversando, de braços cruzados, parecia que aguardavam o maître. Depois de um pouco de observação, percebi que eles tinham um papelzinho verde nas mãos. Ah, é por senha. Tudo bem, mas onde eu pego a senha? Depois de procurar muito e não encontrar, pedi informação e encontrei a "máquina das senhas". Mas onde já se viu vender frios com senha? Acontece que frios aqui são fatiados NA HORA para CADA PESSOA, o que pode levar um bocado de tempo.

Minhas surpresas não acabaram por aí. Quando finalmente chegou a minha vez e eu "ordenei" um half a pound of mozzarella cheese, o rapaz (que ficava falando sozinho e dizendo que odiava o emprego dele) foi até a fatiadora e fez UMA fatia. Pegou-a nas mãos com suas luvinhas plásticas brancas e me TROUXE pra eu provar. Só depois que eu coloquei na boca e acenei positivamente com a cabeça ele retornou à fatiadora.

Como se isso não bastasse, eles enrolam caaada uma das fatias de queijo (ou presunto) em um papel plástico. Eu já tinha visto o queijo domesticado (em casa) e sabia que era assim, mas não fazia a menor idéia que se fazia manualmente.

Conclusão: nenhum sentido. Se tiver três pessoas na minha frente, eu levo fácil 15 minutos. Se cada um quiser queijo E presunto então, aumenta em pelo menos 50% o tempo por indivíduo. Praticidade zero.

Comprar queijo, para mim agora, passará a ser chamado de "uh, comprar queijo" pelo excesso de frescura. Certamente vou sair do mercado com 5 quilos cada vez pra não ter que voltar tão cedo. Hm, onde será que tem Zaffari por aqui?

* Esse post é dedicado a Larissa Magrisso, a mulher que sabe tudo sobre experiências domésticas com estilo.

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